sábado, 30 de maio de 2009

No campo.

E aquele dia foi como voar.
Nunca estivemos parados, mas também nunca voltamos para casa.
Porque sempre pensamos que podemos voltar?
Mesmo assim eu sei que irá continuar.
E quando vir até a mim, não irei embora.
Não teremos mais as noites de insônia.
Lá fora todos já foram.
Vou voltar para casa, e só por mim não posso ficar.
Correrei no campo.
Por favor, me desculpe, mas hoje o tempo não passou.
E foi pensando nesse tempo parado que tive todo o tempo para me perder.
E aquele dia foi como voar, foi como não acreditar que eu poderia te levar que tudo aconteceu.
Eu infelizmente me conformei.
E nesse momento de pura confusão de meu pequeno intelecto deixei de existir.
Não seria como caminhar sozinho novamente no campo,
Seria como estar sem ti por todo o tempo que não teríamos mais.
E esse dia foi como voar raso, foi sentindo a neblina da grama de nosso campo predileto que descobri que não poderia deitar mais ao seu lado.
Os dias claros de céu nublado que tanto cobiçávamos morreu para alguns, principalmente para mim.
Não tenho mais os olhos que te admirava quando olhava para nossa cobiça de momento eterno.
Aqueles dias em que sentíamos toda vontade de sermos felizes aqui, momentos únicos que não voltará.
Fico pensando quando ainda éramos crianças e nada disso fazia parte de nossa demência pueril, triste tempo em que completamos a maioridade e fizemos tudo piorar de forma prazerosa e destrutiva.
E agora bate a incerteza e junto vem àquele forte momento compassivo, que tanto tive em minha infância sem consolo de um afeto paterno.
Porque sempre pensamos que nunca é tarde para recomeçar?
Choro eu agora então, por não te ter em meus braços da mesma maneira que tive há poucos dias atrás quando desejávamos o mundo para nos dois, e então sozinhos iríamos correr por todos os cantos vivendo todos os contos de diários escondidos, viveríamos os mais delicados amores não bem subjugado, seriamos eu e você rasgando paginas de dias em que só escreveram sentimentos de dor e ódio.
Apagaríamos da memória de todos, e reescreveríamos momentos felizes seriamos os culpados de te tantas pessoas boas no paraíso e então poderíamos viver e descansar em paz.
É triste pensar nesses momentos bons, saber que preciso de você para conquistá-los e não te ter para torná-los reais.
Às vezes acho que a culpa é minha e de todos aqueles que não acreditaram no amor eterno.
Está tudo cinza sem você, e quando realmente eu for, por favor, me chame. Tudo pode ser diferente, às vezes penso.
Mas sempre existirá aquele tempo, e nunca existirá um para sempre, tudo se torna tarde.
E a meia luz quase para o pôr-do-sol eu arrancava as rosas do jardim, tendo a malicia de que a noite escura pôde-se te trazer com apenas uma meia onda.
Viria fácil para mim, e agora não teríamos mais as nossas noites escuras, solidão do tempo, depressão.
Clareou então, e nossos sonhos aterrados ficaram sobre terra, quando descobrimos que éramos felizes, descobrirmos que cair do céu era fácil.
Tempo dos abismos, desesperos, foi aonde chegamos, e assim tão fácil perdemos nossos belos dias de sorrisos mágicos.
Amando-te então, perdi a vergonha na cara e nada mais pode me levar de volta aonde tudo aconteceu, aonde vivemos tão depressa.
E aqueles que morreram deixaram o doce da vida, para que nós pudéssemos ter todo esse tédio após a fuga de nossas mentes tão apaixonadas.
Depois dessa amarga sensação de rancor e ódio, todo o mal ficou parado, sentia me perdido dentro mim dentro de você.
Culpando-me por todo esse amor infeliz.
Por minutos alternados eu me alivio, não espero o dia clarear, eu durmo então sem medo, mas me desespero em meus pesadelos.
É como tentar fugir de algo, encontrar conforto e voltar para a dor desse nosso mundo real e injusto com os amantes.
Meus pensamentos confusos não dizem aonde quero chegar ao certo.
Alguns dos meus pensamentos tentam fugir de você, outros dizem quem serei sem você.
Então quem sou eu?
Quantas vidas nós temos, quantas vezes morremos, e quantos amores viveremos?
Anos passados falávamos da existência, falávamos das seqüencias de números, que resultariam eu e você, e tudo se encaixava no nosso encontro e de nossa união na morte.
Já não a mais tempo de saber se teremos que viver ou morrer.
Que desça minhas lagrimas, corram pela face que tanto observou a nossa destruição, desencantou amores possíveis.
Triste eu sinto a sensação da pele quente tocando a pele fria, cristalizando o meu amor próximo ao seu.

Um comentário: